(por http://www.eloynunes.com)
O garotinho venceu as tábuas traiçoeiras do Trapiche do Laranjal, aos trôpegos. Sem pestanejar, sem corrimão, ninguém a vista.
Conquistou o ponto mais adentro da Lagoa dos Patos e sentou com os pés e olhos soltos... Um final de tarde atípico aquele.
Apesar do calor e das águas convidativas, os gaúchos sumiram. Só ele estava ali, conferindo o entardecer mais lindo que já surgiu!
O céu de azul limpo ganhou camadas sobrepostas de roxos, lilases, amarelos, brancos, e o sol, digno e firme, cedia espaços à lua cheia.
Um momento estava entregue ao astro-rei, noutro, queria pegar a lua, de tão próxima. Achava que era sua, sua nova peteca preferida!
Viu que não via as margens do outro lado da Lagoa, mesmo assim, a imensidão não lhe assustava, incentivava a imaginar!
O sonho da sua existência tão prematura estaria acolá, depois daquele mundão d’água... Ou aqui, como a lua, a luz da lua, o efeito da lua. E do sol.
Estava acompanhado da natureza e escurecia... Qualquer criança ficaria apavorada, ele, não! Estava sob o luar.
Encontrava cumplicidade que só sentiu no seio da mãe, no colo do pai.
Só com gente que um dia deixa de ser gente... Já a lua triunfará na despedida do sol, sempre.
Os pés já não balançavam, olhos aquietados, adormecera numa noite tão acolhedora que até a eletricidade acabou na região, em respeito.
E a lua luziu o luar sobre o menino, que virou Luz na beirada do Trapiche. Virou celestial, como a lua, como o sol, como os sonhos de todo menino.
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