quarta-feira, agosto 30, 2006

Praticidade é tudo nessa vida!

Interrompi as conversas de todos, sem alarde, olhei para o recém-conhecido, do outro lado da mesa, que chamou minha atenção durante aquele "happy hour", e disse:

- Sabe que eu gostei do seu jeito?
- Também gostei do seu.
- Você é prático, como eu.
- Praticidade é tudo nessa vida!
- E a gente tem gostos parecidos também. Acho que poderíamos nos casar...
- É uma idéia interessante.
- Anote meu telefone. Tenho que ir agora, mais tarde você me liga para acertamos os detalhes.
- Fechado.
- Até breve!
- Até!

sexta-feira, agosto 18, 2006

As pessoas do metrô, por Keli Vasconcelos (*)

(extraído do portal Comunique-se, seção Literário - http://www.comunique-se.com.br)

O sol se eleva e as catracas se ligam. Mal o Astro tinge de amarelo e vermelho o céu para a despedida das estrelas teimosas e os guichês já se enchem numa fila de pessoas.

A grande centopéia de aço suspendida por forças eletromagnéticas escancara as portas para a entrada de milhares de seres. Eis o palco para o espetáculo das pessoas do metrô.

Andam apressadas, atrasadas ou não. Sempre em ritmo frenético como o compasso do metrô, que vai além do “café-com-pão” do trem.

Em cada estação novos personagens entram na cena urbana. A mulher de meia-idade, cheia de sacolas reclama das condições que vivemos. O casal que senta nos bancos distantes como fosse uma imposição para se isolar. Acomoda-se tão distante que a troca de olhares se torna constante, as mãos trêmulas enraízam como as linhas do metrô e selam com um beijo a triste despedida.

Ah, como são astutas as pessoas do metrô... Encontram no emaranhado da lotação um diminuto espaço para se alojar.

– Posso segurar sua sacola, senhora?

As mãos afagam os pertences levados para que outras mãos possam apoiar-se no esqueleto metálico durante a viagem. É o itinerário das pessoas do metrô.

Caminhada longínqua, barulho ensurdecedor. Caminho de trevas que ultrapassa o chavão da vã “luz do fim do túnel”. Somente no final do destino surge a claridade.

Aquele que está do lado de fora observa a chegada do monumento ambulante. Entretanto, a espera vem de forma inabalável, compassiva, intensa como a grega histeria. Ah, pessoas do metrô... Pensam que a eternidade entre perder e adentrar a carruagem no limbo da pressa dura apenas dois minutos. Lentos para uns, expressos para os admiradores.

Para os que são permitidos desembolsar o caro ingresso não se perde uma sessão. A não ser estejam em busca de um motivo, que faça sair do seio do respectivo lar e se aventurar na alucinante jornada ao metrô. Tão intensa ou já mecanizada pela gélida sistemática chamada “rotina”.

Como são únicas as pessoas do metrô. Vão espremidas em suas solidões. Os mesmos olhares distantes, turvos, cegos de seus dilemas dos quais são interrompidos do transe pelo ousado vendedor de guloseimas. Arrisca por trocados o direito de navegar neste imponente sem ser pego pelos seguranças. Mãos ágeis quanto às passadas do gigante que não deixa pegadas.

A cada destino, personagens novos, atuantes e privilegiados como os senhores e senhoras que possuem assentos à altura de suas cores – nem sempre respeitados, convenhamos, mas atuantes. Jovens entulhados de cadernos e os bebês, com aquelas expressões de curiosidade e alegres em desfrutar do brinquedo articulado, ou assustadas ao depararem com o mesmo. Mulheres e homens presos à leitura ou a contemplar a paisagem abolida nos parcos momentos sem a companheira escuridão.

Solitário, o vento preso na redoma do coração férreo, pulsado pelo maquinista compenetrado em domar o dragão desconhecido em direção a São Jorge.

O sol se despede e a lua consegue se destacar na atmosfera calejada pela poluição. Termina-se a exaustiva batalha diária e as catracas se desligam. O monstro adormece a insônia breve, pois logo terá de se levantar para mais um espetáculo.

É assim a vida no metrô.

(*) Keli Vasconcelos é jornalista nativa de São Paulo - Capital. Já atuou em rádio, assessoria de imprensa, editora e revistas. Faz trabalhos como freelancer e está sempre na incansável e apaixonante luta por oportunidades.

quinta-feira, agosto 17, 2006

20 Dicas para o Sucesso


Espero que consigam ler. Peguei no mural do curso que estou fazendo no Sebrae (http://educacao.sebrae.com.br/), D'OLHO na Qualidade.
Obrigado ao tutor Paulo Queija!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Muita informação!

Eu quero este livro do Marcos Losekann, primeiro da trilogia Entrevista com Deus.
Quem vai me dar de presente? (rs)
O Losekann é aquele correspondente da Globo no Oriente Médio. Lembra?

Estava refletindo hoje quando saía de casa... Assunto batidíssimo, mas não custa colocar na roda, pra gente discutir.
Como é que a gente consegue lidar com tanta informação a que estamos expostos e em que estamos mergulhados, hoje em dia?
São trocentos títulos de revistas semanais, quinzenais, mensais, bimestrais, especiais, uma fila interminável de livros pra ler - que geralmente não anda... -, programas, filmes, seriados, documentários, jornais, novelas para assistir, CDs novos e antigos para ouvir.Eu não dou conta! É mesmo muita informação!
Estava tentando ler O Evangelho Segundo o Espiritismo semana passada. Não consegui me concentrar nele, daí resolvi começar a ler Era dos Extremos, de Hobsbawn hoje, que é imenso, mas Raimundo, do sebo onde comprei, lá em Conquista, disse que é um livro recomendadíssimo e eu já tinha mesmo ouvido muito falar nele.
Será que vou conseguir ler até o final?
Quando estava andando da rodoviária até o prédio onde trabalho me deu vontade de ouvir uma música do CD Hoje, de Gal Costa. A música se chama "Pra quê cantar".
Mas onde foi que eu coloquei o CD-R onde esse álbum, que baixei pela internet, está gravado? São tantos!
Recebo um e-mail falando de um documentário bacana que conta a história do Afroreggae, chamado Favela Rising, produzido fora do país e já premiado. Verifico que está passando na Academia de Tênis, aqui em Brasília. Mas quando terei tempo de ir lá? E quem vai me dar carona? Porque não existe ir à Academia de Tênis de ônibus.
Já falei aqui que pobre não é gente em Brasília?
Ai, gente! Eu vou pirar!
Não sei se continuo minha graduação ou aproveito que estou me formando num curso superior a distância no mês que vem e tento uma pós no próximo ano.
Acho que eu preciso de orientação psicológica, vocacional, sentimental, espiritual, intelectual, comportamental etc e o "escambau"... ops! A propósito... como se escreve "escambau" ou "escambal" - essa palavra realmente existe?
Vamos recorrer à bíblia da igreja Googleana agora!

Ok, o Google não conhece essa palavra.... (humpf)

Acho que estou ferrado! É tanta informação que eu não consigo encontrar o que quero nem definir pra onde quero ir.

terça-feira, agosto 15, 2006

Dia do Solteiro

Minha agenda diz que hoje é Dia do Solteiro.
Não sei pra que raios criaram um dia comemorativo para isso... mas enfim, no próximo ano espero não precisar lembrar disso e nem me encontrar mais nessa categoria.
Eu sei que é possível ser feliz sendo solteiro, mas é muito mais legal dividir os momentos alegres e tristes, as conquistas e as derrotas, as dores e os prazeres, com alguém.
Alguém que pode ser aquela pessoa que você vê no metrô quase todos os dias, fazendo o mesmo caminho que você. Que possa compartilhar de pequenos momentos, de alguns instantes por dia, que mesmo curtos podem ser intensos.
Acho mesmo estranho que não surja alguém, porque sou pouco exigente...
Ok, é preciso dizer que já surgiu alguém, mas está distante e deixa de preencher essa "demanda" pelos momentos juntos.
Isso aqui está ficando mesmo bem pessoal agora...

Obrigado pelas visitas e pelos comentários.

Ah! A propósito, quem viu o debate dos candidatos à presidência na Band ontem?
Já estou quase determinado a votar na Heloísa Helena. Tenho grande admiração por ela e começo a perceber que ela teria a mesma capacidade para governar esse país que Lula tinha 4 anos atrás. Então, por que não acreditar mais uma vez que é possível mudar? O Cristóvam Buarque fala em revolução pela educação. Bacana! Mas ele não tem nem um pingo da atitude revolucionária da candidata do P-SOL. O que vocês acham?

domingo, agosto 06, 2006

Após algum tempo de sumiço... RECOMENDAÇÕES

Três filmes que assisti de quinta-feira até hoje, adorei e recomendo!

1) Zuzu Angel

De Sérgio Rezende. Brasil, 2006. 103 min.
Site oficial: http://www.zuzuangelofilme.com.br/

Zuzu Angel, uma estilista de sucesso que projetou a moda brasileira no mundo. Zuzu Angel, uma mãe quer travou uma luta contra tudo e todos na busca pelo seu filho Stuart. Os anos 70 viram o mundo de pernas para o ar. No Brasil, a carreira de Zuzu Angel (Patrícia Pillar) como estilista começa a deslanchar enquanto seu filho Stuart (Daniel de Oliveira) ingressa no movimento estudantil, contrário à ditadura militar então virgente no país. Stuart é preso, torturado e assassinado pelos agentes do Centro de informações de Aeronáutica, sendo dado como desaparecido político. Inicia-se então o périplo de Zuzu, denunciando as torturas e morte de seu filho. Suas manifestações ecoaram no Brasil, no exterior e em sua moda.
Um filme para ser visto e comentado por todos! Quero mesmo que seja sucesso de bilheteria. Não só porque torço muito pro cinema nacional. Mas porque quero que as pessoas se conscientizem do seu papel político nesse mundo. Nós podemos fazer uma grandiosíssima revolução silenciosa nesse país!



2) Um Toque de Rosa (Touch of Pink)

De Ian Iqbal Rashid. Canadá/Inglaterra, 2004. 91 min.
Site oficial: www.sonyclassics.com/touchofpink

Alim é um canadense de origem mulçumana que vai morar em Londres para esconder sua orientação sexual da família. Até aí, nenhuma novidade aparente - mas Touch of Pink surpreende com um roteiro criativo e um elenco competente e cativante. O roteirista e diretor Ian Iqbal Rashid inspirou-se nas comédias românticas de Hollywood estreladas por Doris Day e Rock Hudson e criou um filme gay leve e romântico, embalado por uma trilha sonora que lembra os anos dourados do cinema americano. O destaque fica por conta do charmoso Kyle MacLachlan (dos seriados Twin Peaks e Sex and The City), que interpreta o espírito de Cary Grant, galã gay morto em 1986 e que é até hoje um dos maiores ícones do cinema.Para todos, uma visão doce e bela da questão. É se despir de todo e qualquer preconceito e adorar! A trilha sonora é uma delícia!


3) Jornada da Alma (Prendimi L'Anima)

De Roberto Faenza. França, 2003. 89 min.
Site oficial: www.medusa.it/prendimilanima

Em 1905 Sabina Spielrein (Emilia Fox), uma jovem russa de 19 anos que sofre de histeria, recebe tratamento em um hospital psiquiátrico de Zurique, na Suíça. Seu médico, o jovem Carl Gustav Jung (Iain Glen), aproveita o caso para aplicar pela primeira vez as teorias do mestre Sigmund Freud. A cura de Sabina vem acompanhada de um relacionamento amoroso com Jung. Após alguns anos ela volta à Rússia, tornando-se também psicanalista e montando a primeira creche que usa noções de psicanálise para crianças. Década após sua morte, ela tem sua trajetória resgatada por dois pesquisadores.Spielrein quer dizer JOGO LIMPO e a abordagem Junguiana que tem íntima relação com a simbologia é expressa pela alma de Jung concretizada numa pedra, de onde sai o nome do filme, em inglês, The Soul Keeper. Sabina torna-se a Guardiã da Alma de Jung.Belíssimo!