quinta-feira, abril 28, 2005

POESIA

XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi:"Amai para entende-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

Trecho da poesia Via-Láctea, de Olavo Bilac
Fonte:BILAC, Olavo. Antologia : Poesias. São Paulo : Martin Claret, 2002. p. 37-55 : Via-Láctea.(Coleção a obra-prima de cada autor).

Texto proveniente de:
A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>
A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo
Permitido o uso apenas para fins educacionais.

Texto-base digitalizado por:
Anamaria Grunfeld Villaça Koch - São Paulo/SP

ACESSE: http://www.dominiopublico.gov.br e deleite-se.

Obs.: Há ainda uma versão desse trecho de Via-Láctea que foi musicado e é cantado lindamente por Paula Toller. O título da música é Via-Láctea. Busque-a. Vale a pena!

quarta-feira, abril 27, 2005

PARABÉNS

Sim, essa senhora merece nossos aplausos, nosso reconhecimento. Podem dizer que ela é manipuladora, elitista, governista, o que for. O que eu vejo é uma senhora experiente, que sabe o que quer, que não está aqui pra brincadeira. E eu admiro essa senhora. Ela dá trabalho pra muita gente (nos dois sentidos). Ela está mais presente em nossas vidas do que muita pessoas que nos são muito próximas.
Tiro por mim, que a conheço desde que me entendo por gente e convivo com ela desde então. Já pensei em deixá-la de lado, mas ela sempre me convence a voltar. Apresenta argumentos bastante convincentes; é uma senhora astuta, inteligente. E ela desafia as pessoas. Tem muita gente por aí que gosta muito de criticá-la, e interessante que essas pessoas estão sempre informadas do que ela anda fazendo, mais do que os que gostam dela às vezes.
É preciso dizer que ela só entra nos nossos lares se convidada. Eu costumo convidá-la para o meu lar, para o meu quarto, para a minha intimidade; assim como convido meus amigos, Jesus Cristo, quando leio o seu Evangelho e até alguns outros amigos que eu deveria evitar - mas esses últimos dão um outro "post".
Não acredito também que seja culpa dela a alienação e emburrecimento de quem quer que seja. O homem constrói a sua cultura. Tem livre-arbítrio, tem vontade própria e só se deixa influenciar se quiser.
Eu gostaria de parabenizar sim essa senhora que me encanta, me emociona, me faz rir, me faz chorar, fica com raiva às vezes, me apaixonar, me iludir (quando eu quero), me informar (não é minha única fonte, ok!?), me entreter, etc etc etc.
E essa mensagem que ela tem nos deixado todo dia de buscar sempre o recomeço, o despertar... só não entende quem não quer.

"Todo dia, a cada manhã,
É o futuro chegando para nos despertar.
Vem trazendo um novo amanhã
Mais uma chance de recomeçar.
É o Sol que vem iluminar
É a Globo que vem convidar
Diga bom dia"

terça-feira, abril 26, 2005

FELICIDADE

(ou um breve análise da matéria de capa da Superinteressante deste mês)

Às vezes parece que o mundo realmente conspira a favor, ou simplesmente conspira.
Na sexta-feira passada, como não apareciam clientes, eu lia um pouquinho de uma das minhas revistas favoritas, quando me deparei com a matéria de Barbara Axt, com o seguinte título:
'A busca da felicidade: Pesquisas desvendam os mecanismos do prazer e da felicidade. Como esse novo conhecimento pode melhorar sua vida?'
Não vou reproduzir a matéria aqui, porque a lei não permite. Se você estiver interessado, dê-se ao trabalho de comprar a revista ou, pelo menos, procurar alguém que tenha para ler.
De início, imaginei que a matéria diria coisas que já li e seria apenas para passar o tempo. Mas me surpreendi. Gostei do enfoque, e principalmente da forma que se tentou definir felicidade. O conceito proposto por Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia, citado no início do texto, propõe que ela seja dividida (para ser conquistada, sempre bom isso!) em três, ou melhor, seria uma soma de três coisas: prazer, engajamento e significado.
Pois bem, ocorre que no sábado, fui para uma aula de revisão da disciplina Gestão de Pessoas, e conversando muito, numa aula maravilhosa com a Desireé - que veio lá de Tubarão-SC e adorou o Mercado Modelo de Salvador - chegamos (ou eu cheguei) à conclusão de que essas três coisas são exatamente o que um gestor precisa obter dos seus colaboradores: prazer (ou satisfação), engajamento (ou comprometimento) e significado. E pra concluir, quem é que pode ajudar o gestor a cumprir essa missão?
Um bom Relações Públicas.
É. Acho que estou no caminho certo. Mas algo me diz que alguma coisa pode acontecer nos próximos dias (como dizia Tião, ontem, na novela). Contanto que seja para melhor, estou felicíssimo, embora a experiência o conhecimento, nos confira a percepção de que ser infeliz é preciso também.
É isso.

sexta-feira, abril 22, 2005

IMAGEM

A imagem é algo que seduz e ao mesmo tempo revela muito.
Portanto lidar com imagem é algo grave. Não deve ser simples ou banal.
Partindo dessa reflexão, penso que os fotologs sejam modismos que cairão em desuso muito em breve, quando as pessoas perceberem que estão se expondo demais.
Eu mesmo só agora depois de quase dois anos me mostrando em dois ou três fotologs "caí na real".
Resolvi parar. Aos poucos, é claro, pois não se pode deixar de uma hora para outra sob pena de se manchar a imagem.
As pessoas se magoam, sentem-se abandonas.

Mas acho que as palavras já exibem o suficiente de mim, por isso reassumo o blog e só utilizarei de imagens aqui quando acreditar necessário, e mesmo assim, geralmente não serão fotos minhas.
Acho mesmo que isso, essas reflexões, são parte de um processo de amadurecimento.
A juventude quer se fazer notar, não porque é bela, mas porque carece de atenção, de realização visual. A maturidade nos confere a certeza de que a auto-exposição é forte demais para se tornar comum.

Bem-vindo ao novo mundo de PopZen (menos exclamações, menos reticências e menos fotos)